From Brazil’s Correio da Bahia
Três terreiros de candomblés baianos têm importância reconhecida pela Fundação Palmares
Regina Bochicchio
redacao@correiodabahia.com.br

Mais três terreiros de candomblé baianos foram reconhecidos pela Fundação Cultural Palmares (FCP), ligado ao Ministério da Cultura, como territórios culturais afro-brasileiros. Os terreiros Eran Ope Oluwa (Cachoeira), Zogodo Bogum Male Rundo (Engenho Velho da Federação) e o Maioralage, mais conhecido como terreiro de Olga de Alaketu, receberam o título no último dia 25 de março. Outros terreiros da capital baiana já haviam sido intitulados, como é o caso dos terreiros de Gantois, Ilê Axé Opô Afonjá e Bate-Folha. O reconhecimento público como território cultural tem por objetivo preservar a cultura negra brasileira.

O coordenador geral do Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação Palmares (Brasília), Jônatas Nunes Barreto, explicou que o principal pré-requisito para o reconhecimento de sítios, localidades ou monumentos é o levantamento da história, através de pesquisas sistematizadas e que comprovem que o requerente tenha contribuído ou contribua para a preservação da memória da população afro-brasileira. Além disso, é necessário um pedido oficial do responsável; histórico do bem; documentações necessárias; levantamento topográfico; publicação no diário oficial; e, por fim, notificação ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan). Com todas essas etapas cumpridas, a localidade é reconhecida pela Fundação Palmares como território cultural afro-brasileiro.

Preservação – O reconhecimento é um dos passos para que o estado execute ações visando a restauração e a preservação desses sítios, além da possibilidade de entrar com abertura de processo de tombamento junto ao Instituto de Patrimônico Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Para muitos terreiros, o reconhecimento da Fundação Cultural Palmares é o primeiro passo para o recebimento de recursos e apoio para outros investimentos.

“Nosso interesse é na área de projetos sociais e culturais para a comunidade daqui. Agora, precisamos do tombamento que é concedido pelo Iphan”, disse Ekede Nirinha, filha de Olga de Alaketo. Ela reclamou da falta de incentivos e reconhecimento público, visto que “o terreiro é conhecido mais internacionalmente do que aqui dentro”. Há dois anos o terreiro enviou a documentação à FCP. Mas somente agora foi dado o reconhecimento.

Os candomblés foram um dos principais responsáveis pela manutenção da cultura negra na Bahia. Nos terreiros perpetuou-se, além da religiosidade, a música, a culinária e as danças trazidas pelos escravos negros. Durante o período que durou a escravidão no Brasil, os negros eram proibidos de praticarem sua religião. Por isso, os orixás, deuses do candomblé, foram associados aos santos católicos, de maneira a permitir seu culto. Com isso, surgiu o sincretismo religioso, que faz com que as festas católicas e os ritos do candomblé convivam, como ocorre, por exemplo, na festa do Nosso Senhor do Bonfim.

Os procedimentos para requerer reconhecimeno valem para todo o território nacional, já que a Fundação Cultural Palmares, com sede em Brasília, é um órgão vinculado ao Ministério da Cultura. Em Goiás, por exemplo, a Igreja Nossa Senhora de Rosário dos Pretos (Pirenópolis) é reconhecida. Na década de 40, ocorreu a demolição da igreja. Durante escavações para a passagem de cabos de telefonia, foram encontradas ossadas dos túmulos sob o local onde antes ficava o altar. O Iphan embargou a obra e a FCP reconheceu o local como território cultural para estudos arqueológicos.

From Brazil’s Correio da Bahia
Efeito civil
Tatiany Carvalho
redacao@correiodabahia.com.br

Os terreiros de candomblé já estão legalmente autorizados a efetivar o casamento na religião afro com efeito civil. O sonho de mulheres e homens iniciados na religião africana de se casarem segundo os trâmites da Justiça, de papel passado, deverá ser concretizado a partir de julho. O projeto encaminhado pelo presidente da Federação Nacional dos Cultos Afro-Brasileiro (Fenacab), Aristides Mascarenhas, a Brasília não requereu nem mesmo a apreciação do Congresso Nacional, já que a Constituição Brasileira prevê liberdade de expressão religiosa.

Uma vez feito o chamado “enquadramento da Constituição”, a próxima etapa do trâmite legal, que deve ocorrer em junho, é a realização do curso preparatório para os ministros religiosos das roças, no caso, ogãs, olwôs e babalaôs, que são as pessoas qualificadas para realizar as cerimônias. Assim como ocorre nos processos da Igreja Católica, a documentação dos cônjuges será encaminhada primeiramente ao cartório para, em seguida, se efetivar, no terreiro, a união matrimonial. Mascarenhas explica que os casamentos entre seus pares até então eram realizados apenas simbolicamente, sem efeito jurídico. “O pai-de-santo unia as duas mãos e realizava a união”, explica.

Segundo os cálculos do presidente da Fenacab, mais de dez mil pessoas iniciadas no candomblé devam viver como “marido e mulher”, apenas segundo as bênçãos dos deuses africanos. Mascarenhas acredita que a realização do casamento civil nos próprios terreiros vai reforçar ainda mais os laços com a religião africana, uma vez que muitos membros acabam recorrendo ao catolicismo para firmarem a troca de alianças. Em todo o estado, existem 5.900 terreiros oficializados, sendo que 2.700 estão em Salvador. De acordo com Mascarenhas, os números reais de casas dessa religião deve beirar a margem de 20 mil.

A intermediação do projeto da Fenacab até Brasília foi feita pela Defensoria Pública do Município, através do defensor Genaldo Lemos Couto, que não foi encontrado para falar sobre o trâmite pela reportagem do Correio da Bahia. Segundo informou Mascarenhas, as primeiras uniões cíveis nos terreiros de candomblé pelos ministros religiosos deverá ser feita para um coletivo de aproximadamente 15 casais. Atualmente, a Fenacab diz que existem pelo menos oito candidatos. Um deles é o babalaxé (herdeiro do cargo do titular do terreiro) Antoniel Ataíde Bispo, do terreiro Ominatôsse, na Cidade Nova. “Essa é a primeira prova que nós vamos ter e dar à sociedade de que realmente nós somos uma religião”, declarou Bispo, contrapondo com o caráter privativo da maior parte dos rituais do candomblé. O babalaxé ressalta a importância da união cível para os casos envolvendo herança, que, a partir do registro formal, será uma prova em caso da exigência da justiça na comprovação de “uniões estáveis”.

From Brazil’s Correio da Bahia
Tatiany Carvalho
redacao@correiodabahia.com.br

Candomblé terreiros are now officially permitted by law to effect African marriage ceremonies. The dreams of women and men initiated in the African religions of legally recognized marriages, supported by official documents, will materialize beginning in July. The project directed by the president of the National Federacy of African Cults (Fenacab), Aristides Mascarenhas, Brasilia did not even request the National Congress’s approval, since the Brazilian Constitution supports full liberty of religious expression.

Once so-called “framing of the Constitution” is accomplished, the next stage in the legal process, that should occur in June, is attending a preparatory course for the religious ministers that will perform the ceremonies, ogãs, oluwôs and babalawôs, the people most qualified to carry out the ceremonies. As is the case with the Catholic Church, the necessary documents and licenses must be first taken to the notary’s office, and after that, to make it effective, to the terreiro where the marriage will take place. Mascarenhas explains that until now, the marriages that took place in Candomblé terreiros were only symbolic, but not legally binding. “The Pai-do-santo joined the couples’ hands and carried out the ceremony,” he explains.

According to the president of the Fenacab’s calculations, more than ten thousand people initiated in Candomblé live as “husband and wife,” recognized solely by the African deities. Mascarenhas believes that the accomplishment of the civil marriage in the proper terreiros will further strengthen the ties with African religion, and with time many members will no longer need to recur to the Catholic Church to confirm the exchange of vows. Throughout the state, there are 5,900 officially recognized terreiros, and at least 2,700 of them are in Salvador. According to Mascarenhas, the true figures are probably closer to 20 a thousand terreiros.

The city’s Public Defenders’ office and public defender Genaldo Lemos Couto were the major proponents of Fenacab’s project before Brasilia. Correio da Bahia was unable to reach Lemos Coutos to obtain his comments for this article. According to Mascarenhas, the first unions to take place in the terreiros will be collective unions of approximately 15 couples. Currently, the Fenacab says that there are at least eight candidates. One of them is the babalaxé (he who inherits the position of the bearer of the terreiro) Antoniel Ataíde Bispo, of the Terreiro Ominatôsse, in Cidade Nova. “This is the first example that we will provide to our society that we really are a religion,” declared Bispo, who opposes the typical private character of most Candomblé rituals. The Babalaxé highlights the importance of these civil unions especially in cases involving inheritances, that, after the formal unions, will be valid proof before the law in cases of contested inheritances.

From Brazil’s Correio da Bahia
Tatiany Carvalho
redacao@correiodabahia.com.br

Los terreiros de Candomblé ya pueden oficialmente efectuar ceremonias matrimoniales africanas. Los sueños de mujeres y de hombres iniciados en las religiones africanas de efectuar uniones legalmente reconocidas, apoyadas por documentos oficiales, materializarán comenzando en julio. El proyecto dirigido en Brasilia por el presidente de la Federación Nacional de Cultos Africanos (Fenacab), Aristides Mascarenhas, no requirió la aprobación del Congreso Nacional, puesto que la constitución brasileña apoya total libertad de expresión religiosa.

Una vez que el llamado “enmarcamiento de la constitución” se logre, la etapa siguiente en el proceso legal, que debe ocurrir en junio, será asistir a un curso preparatorio para los ministros religiosos que ejecuten las ceremonias, los ogãs, oluwôs y babalawôs, la gente más cualificada para realizar las ceremonias. Al igual que sucede en el caso de la iglesia católica, los documentos y las licencias necesarias deben ser primeros llevados a la oficina del notario, y después de éste, para hacerlo eficaz, al terreiro donde ocurrirá la unión. Mascarenhas explica que hasta este momento, las uniones que ocurrieron en los terreiros de Candomblé eran solamente simbólicas, pero no legalmente atando. “El Pai-de -santo unió las manos de las parejas y realizó la ceremonia,” él explica.

Según los cálculos d el presidente del Fenacab, más de diez mil personas iniciadas en el candomblé viven como “marido y mujer,” una unión reconocida solamente por las deidades africanas. Mascarenhas cree que la realización de la unión civil en los terreiros apropiados consolidará más los lazos con la religión africana, y con el tiempo muchos miembros no tendrán más la necesidad de acudir a la iglesia católica para confirmar su intercambio de votos. A través del estado, hay 5.900 terreiros oficialmente reconocidos, y por lo menos 2.700 de ellos están en el Salvador. Según Mascarenhas, las figuras verdaderas están probablemente más cercanas a 20 mil terreiros.

El defensor Genaldo Lemos Couto y la Oficina de Defensores Públicos de la ciudad fueron los autores principales del proyecto de Fenacab antes Brasilia. El Correio da Bahía no logró alcanzar a Lemos Couto para obtener sus comentarios para este artículo. Según Mascarenhas, las primeras uniones a ocurrir en los terreiros serán uniones colectivas de aproximadamente 15 pares. Actualmente, el Fenacab dice que hay por lo menos ocho candidatos. Uno de ellos es el babalaxé (él que hereda la posición del portador del terreiro) Antoniel Ataíde Bispo, del Terreiro Ominatôsse, de Cidade Nova. “Éste es el primer ejemplo que proporcionaremos a nuestra sociedad de que realmente somos una religión,” declaró Bispo, quien se opone al carácter privado típico de la mayoría de los rituales de Candomblé. El Babalaxé destaca la importancia de estas uniones civiles especialmente en los casos donde se disputan herencias, para los cuales, luego de las uniones formales, será prueba válida antes de la ley cuando esta requiera prueba de unión matrimonial.

Estado.com.br.
Festa de Iemanjá agita Salvador
Biaggio Talento

Salvador – No agitado calendário do verão baiano, este domingo é dedicado à Iemanjá. O tradicional Dia 2 de Fevereiro, deve atrair mais de 100 mil pessoas ao Bairro do Rio Vermelho onde se concentra o culto ao orixá mais popular do Candomblé. Turistas e baianos depositam, pela manhã, os presentes para Iemanjá (perfumes, espelhos, bijuterias, flores, tudo que possa agradar uma mulher vaidosa) em balaios de vime num barracão armado ao lado da sede da colônia de pescadores. No final da tarde, os 350 balaios com os presentes são levados por 40 barcos para o alto-mar onde são depositados para a orixá.

Organizada pelos pescadores há mais de 70 anos para agradar a rainha das águas devido a um período de pouca pesca, a festa acabou se ampliando e atraindo milhares de pessoas da Bahia e de fora do Estado. Além da parte religiosa a comemoração se espalha pelas ruas do Rio Vermelho onde o samba rola nas barraquinhas de bebidas e comidas típicas.

O Bairro do Rio Vermelho foi colonizado antes mesmo da fundação de Salvador em 1549. O náufrago Diogo Alvares Correia, o Caramuru, foi resgatado pelos índios tupinambás numa das praias do bairro, o Mariquita, estima-se em 1510. Nessa época, a área era um porto de contrabandistas franceses que negociavam a compra de pau-brasil com os índios.

From Correio da Bahia
Correio da Bahia
El alcalde de Salvador felicita a la mãe Tatá, ialorixá del Terreiro Casa Blanca

El Terreiro Casa Blanca, considerado el más viejo de los terreiros del Brasil, pronto será renovado con la ayuda de la oficina del alcalde de la ciudad del Salvador. Ayer, el alcalde Antonio Imbassahy firmó una orden administrativa que daba la vía libre para comenzar el trabajo en el templo afro-religioso, situado en la avenida de Vasco da Gama. Los planes actuales incluyen la contención de la ladera, drenaje, reparar las escaleras que conducen al terreiro, las aceras y los encintados. Por otra parte, Imbassahy prometió revitalizar la plaza del terreiro e instalar una puerta nueva de hierro allí que será creada por el artista local Bel Borba.

“Casa BLanca no es solo la matriz de cultura negra en la ciudad del Salvador, sino de todo el Brasil. Éste es un pedazo de tierra sagrada que merece nuestra atención”, justificó el alcalde, quien fue recibido por Mae Tatá, ialorixá de Casa Blanca, y por el antropólogo Ordep Serra, presidente de la Sociedade Beneficente São Jorge do Engenho Velho da Federação. Para Imbassahy, el terreiro es “una reliquia y demuestra fuertemente el carácter tolerante y no-exclusivista del pueblo brasileño.” Él concluyó recordandole a cada uno que la ciudad tiene la obligación de preservar su historia.

Patrimonio – el antropólogo Ordep Serra, alternadamente, destacó que las condiciones actuales del terreiro, no hechas caso de largo como una del sitesl histórico del Brasil, son altamente precarias. “Si no fuera por la intervención actual de la jefatura de la ciudad, este complejo arquitectónico correría riesgos serios”, él garantizó, elogiando la iniciativa de la administración municipal. “La decisión del alcalde es muy buena y oportuna, y permitirá que preservemos el terreiro Casa Blanca, tradicionalmente considerado el templo afro-brasileño más viejo.” Casa Blanca lleva más de 200 años situado en la localización actual. Antes de esto, funcionó en la región del Barroquinha, donde actualmente se encuentra la iglesia del Barroquinha. “No sabemos la fecha exacta cuando fue creado, pero tenemos una idea aproximada, ya que terreiros muy bien conocidos tales como Gantois e Ilê Axé Opô Afonjá son descendientes directos de Casa Blanca. Es el primer templo nagô en el Brasil,” explicó Ordep Serra. El templo de Casa Blanca fue también el primer monumento negro en toda la América que se haya dedicado como sitio histórico.

El alcalde está inclinado a utilizar la menos cantidad posible de concreto en la recuperación del templo afro. El objetivo es preservar las áreas verdes, puesto que el Candomblé se liga muy de cerca a la naturaleza. Asimismo, en el esfuerzo de contener la ladera, los planes son de utilizar para la cubierta tanto vegetal como sea posible y la nueva técnica del hidrossemeadura – apenas una sola parte de las renovaciones requerirá bloques concretos. La renovación tiene un costo estimado de R$260 mil – los recursos del gobierno federal, según lo estipulado en el presupuesto principal de União (OGU) de 2001.

From Correio da Bahia
Correio da Bahia
Salvador’s mayor compliments mãe Tatá, Casa Branca’s ialorixá

Casa Branca, considered oldest of Brazil’s terreiros, will soon be renovated with the help of the Mayor’s office of the City of Salvador. Yesterday, mayor Antonio Imbassahy signed an administrative order giving the go-ahead to begin the work at the afro-religious temple, located on Vasco da Gama Avenue. The interventions include the containment of the hillside, draining, repairing the staircases that lead to the terreiro, as well as its sidewalks and curbs. Moreover, Imbassahy promised to revitalize the terreiro’s square and to install a new iron door there that will be created by local artist Bel Borba.

“Casa Branca is not just the womb of black culture in the city of Salvador, but of all Brazil. This is a piece of sacred ground that deserves our attention “, justified the mayor, that was received by Mae Tatá, ialorixá of Casa Branca, and anthropologist Ordep Serra, president of the Sociedade Beneficente São Jorge do Engenho Velho da Federação. For Imbassahy, the terreiro is “a relic and strongly demonstrates the tolerant and non-exclusivistic character of the Brazilian people.” He concluded by reminding everyone that the city has the obligation to preserve its history.

Patrimony – Anthropologist Ordep Serra, in turn, highlighted that the current conditions of the terreiro, long ignored as one of Brazil’s historic sitesl, are highly precarious. “If it was not for the City Hall’s current intervention, this architectural complex would run serious risks”, he guaranteed, praising the initiative of the municipal administration. “The decision of the mayor was very happy and opportune, and will allow us to preserve Casa Branca, traditionally considered the oldest afro-Brazilian temple.”

Casa Branca has been situated in the current location for more than 200 years. Before this, it functioned in the region of the Barroquinha, where the Church of the Barroquinha is currently located. “We do not know the exact date when it was created, but to give an approximate idea, such well known terreiros as Gantois and Ilê Axé Opô Afonjá are direct descendants of Casa Branca. It is the first nagô temple in Brazil,” explained Ordep Serra. The Casa Branca temple was also the first black monument to be dedicated as an historic site in all America.

The mayor is inclined to use the least possible amount of concrete in the recovery of the afro temple. The objective is to preserve the green areas, since Candomblé is very closely linked to nature. Likewise, in the effort to contain the hillside, the plans are to use as much vegetable covering as possible and the new technique of hidrossemeadura – barely a single part of the renovations will require concrete blocks. The renovation has an estimated cost of R$260 thousand – resources of the federal government, as stipulated in the Master budget of União (OGU) of 2001.

From Brazil’s Correio da Bahia
Correio da Bahia
Prefeito cumprimenta mãe Tatá, ialorixá do Terreiro da Casa Branca

O Terreiro da Casa Branca, considerado o mais antigo do Brasil, vai ter sua área recuperada pela prefeitura de Salvador. Ontem, o prefeito Antonio Imbassahy assinou ordem de serviço para a realização de obras de urbanização e infra-estrutura no templo afro-religioso, localizado na Avenida Vasco da Gama. As intervenções incluem contenção de encosta, drenagem, recuperação de escadarias, colocação de passeios e meios-fios. Além disso, Imbassahy se comprometeu a revitalizar a praça do terreiro e instalar no local um novo gradil, que será criado pelo artista plástico Bel Borba.

“O Terreiro da Casa Branca é matriz da cultura negra não só da cidade de Salvador, mas de todo o Brasil. Aqui é um solo sagrado que merece toda nossa atenção”, justificou o prefeito, que foi recebido pela ialorixá da Casa Branca, mãe Tatá, e pelo antropólogo Ordep Serra, presidente da Sociedade Beneficente São Jorge do Engenho Velho da Federação. Para Imbassahy, o terreiro é “uma relíquia e tem muito o caráter do povo brasileiro da tolerância e da não-exclusão”. Ele concluiu lembrando que a cidade tem a obrigação de preservar a sua história.

Patrimônio – O antropólogo Ordep Serra, por sua vez, destacou que as condições atuais do terreiro, tombado como patrimônio histórico do Brasil, são bastante precárias. “Se não fosse essa intervenção da prefeitura, esse conjunto arquitetônico realmente iria correr sérios riscos”, garantiu, elogiando a iniciativa da administração municipal. “A decisão do prefeito foi muito feliz e oportuna e vai permitir que preservemos a Casa Branca, considerado tradicionalmente o mais antigo templo afro-brasileiro”.

Só no atual local, o Terreiro da Casa Branca tem mais de 200 anos. Antes disso, ele funcionava na região da Barroquinha, onde hoje está localizada a Igreja da Barroquinha. “Não temos como precisar a data em que ele foi criado, mas só para se ter uma idéia, terreiros tradicionais como o Gantois e o Ilê Axé Opô Afonjá foram criados a partir da Casa Branca. Ele é o templo matriz do rito nagô no Brasil”, explicou Ordep Serra. O templo da Casa Branca foi também o primeiro monumento negro a ser tombado como patrimônio histórico em toda a América.

A orientação do prefeito é que se utilize o mínimo possível de concreto nas obras de recuperação do templo afro. O objetivo é preservar o verde, já que o culto do candomblé está muito ligado à natureza. Mesmo nas obras de contenção de encosta será usado muito revestimento vegetal e a nova técnica de hidrossemeadura – apenas uma parte da intervenção será feita com blocos de concreto. A intervenção tem um custo estimado de R$260 mil – recursos do governo federal, previstos no Orçamento Geral da União (OGU) de 2001.

Correio da Bahia, October 8, 2001
Andreia Santana
redacao@correiodabahia.com.br

Las ofensivas recientes contra los terreiros de Candomblé en la ciudad de Tancedo Neves han motivado la protesta

La intolerancia religiosa y el desacato a la libertad de culto protegida por la Constitución brasileña, ha conducido a miembros de una iglesia evangélica a atacar los terreiros de Candomblé en el área de Tancredo Neves, y ha generado una protesta por un grupo diverso de las organizaciones negras del Salvador ayer por la mañana. Juntos en el umbral del Terreiro Vila São Roque, uno de las casas de culto africanas ofendida por los miembros de la Iglesia Internacional de la Gracia de Dios, representantes de organizaciones tales como el Grupo Alerta Pernambués (GAP), de Unegro, Movimiento Negro Unificado (MNU) y el Centro Baiano Contra el SIDA, realizaron un acto de solidaridad con los terreiros ofendidos. Después del acto, caminaron a través de las calles del pueblo, teniendo como objetivo llamar la atención de la población al problema.

Según Luis Carlos Santos Lima, coordinador de GAP, la organización que planeó la protesta, las agresiones a los terreiros continúan. En Castelo Branco, un grupo de evangelistas se aprovechó de una ceremonia conocida como “saída das iaôs” para provocar la confusión, usando idioma ofensivo. En Tancredo Neves, más allá del Vila São Roque, donde cerca de dos semanas el grupo de evangelistas lanzó azufre y sal sobre las paredes del terreiro, el terreiro conocido como Tumbemsi también sufrió agresiones verbales.

Complaint – “They are invading the terreiros to distribute pamphlets that say absurd things like that Candomblé is the religion of the devil and that all who practice Candomblé will become ashes in the fires of the hell,” disclosed Luis Carlos. Based on the law against racism, since Afro-Brazilian cult houses are the only ones under attack, and in the Federal Constitution, the terreiros of Tancredo Neves have already filed complaints with the Public Ministry. “We cannot tolerate that attitudes such as these continue to propagate themselves. Candomblé has been the focus of resistance for the 500 years of black presence in Brazil. In Candomblé, discrimination of unheard of, the women in terreiro have as much power as the men. The feeling of collectivity and community is also very strong, and have strongly influenced the preservation of family values, as during slavery parents were separated from their children to destroy the self esteem of the peoples brought here by force,” pointed out Olívia Santana, representative of the Unegro.

Querella – “Están invadiendo los terreiros para distribuir folletos que dicen cosas absurdas como que el Candomblé es la religión del diablo y que todos los que lo practiquen se convertirán en cenizas en los fuegos del infierno,” divulga Luis Carlos. De acuerdo con la ley contra el racismo, puesto que las casas de culto afro-brasileñas son las únicos bajo ataque, y en la Constitución federal, los terreiros de Tancredo Neves han elevado una querella en las oficinas del Ministerio Público. “No podemos tolerar que actitudes tales como éstas continúen propagándose. El Candomblé ha sido el foco de la resistencia por los 500 años de la presencia negra en el Brasil. En Candomblé, la discriminación se desconoce, las mujeres en los terreiros tienen tanto valor como los hombres. El sentimiento de colectividad y de comunidad es también muy fuerte, y ha influenciado fuertemente en la preservación de los valores de la familia, ya que durante el tiempo de la esclavitud fueron separados los padres de sus hijos para destruir la estima propia de la gente traída aquí por la fuerza”, precisó Olívia Santana, representante del Unegro.

Aunque está horrorizada con los actos de vandalismo contra su casa, Juciara Brito, ialorixá de Vila São Roque, recuerda a los agresores sobre los simientos del Candomblé, los cuales tienen como una de sus principios fundamentales la tolerancia con todos los credos: “los terreiros están siempre abiertos para recibir todo aquel que vengan a ellos, sin importar su religión. No prohíben que nuestros hijos tengan otras creencias. Por satisfacer mi propia curiosidad, una vez acudí a una sesión evangélica y la encontré bonita,” declaró Mae Juciara.

From Correio da Bahia, October 8, 2001
Andreia Santana
redacao@correiodabahia.com.br

Recent offensives against Candomblé terreiros in the town of Tancredo Neves have motivated the protest

Religious intolerance and disrespect to the freedom of worship protected by the Brazilian Constitution, that has led members of an evangelical church to attack Candomblé terreiros in the area of Tancredo Neves, generated a protest by a diverse group of Salvador’s black organizations yesterday morning. Congregated in the doorway of the Terreiro Vila São Roque, one of the Afro-culthouses offended by members of the International Church of God’s Grace, representatives of organizations such as the Grupo Alerta Pernambués (GAP), Unegro, Movimento Negro Unificado (MNU) and the Centro Baiano Anti-Aids, carried out an act of solidarity with the offended terreiros. After the act, they walked through the streets of the quarter, aiming at to call the population’s attention to the problem.

According to Luis Carlos Santos Lima, coordinator of GAP, the organization that planned the protest, the aggressions to the terreiros continue. In Castelo Branco, a group of evangelists took advantage of a ceremony known as “saída das iaôs” to provoke confusion by using offensive language. In Tancredo Neves, beyond the Vila São Roque, where about two weeks a group of evangelists threw sulphur and salt on the terreiro’s walls, the Afro-culthouse known as Tumbemsi also suffered verbal aggressions.

Complaint – “They are invading the terreiros to distribute pamphlets that say absurd things like that Candomblé is the religion of the devil and that all who practice Candomblé will become ashes in the fires of the hell,” disclosed Luis Carlos. Based on the law against racism, since Afro-Brazilian culthouses are the only ones under attack, and in the Federal Constitution, the terreiros of Tancredo Neves have already filed complaints with the Public Ministry. “We cannot tolerate that attitudes such as these continue to propagate themselves. Candomblé has been the focus of resistance for the 500 years of black presence in Brazil. In Candomblé, discrimination of unheard of, the women in terreiro have as much power as the men. The feeling of collectivity and community is also very strong, and have strongly influenced the preservation of family values, as during slavery parents were separated from their children to destroy the self esteem of the peoples brought here by force,” pointed out Olívia Santana, representative of the Unegro.

Although horrified with the acts of vandalism against her house, Juciara Brito, ialorixá of Vila São Roque, reminds the aggressors about Candomblé’s foundations, that has as one of its basic principles tolerance with all creeds: “the terreiros are always open to receive all those who come to them, regardless of their religion. Our children are not forbidden to have other beliefs. Out of curiosity I once attended an evangelical prayer session and found it pretty,” declared Mae Juciara.

© 2010 Eleda.org Web design and development by Tami Jo Urban Suffusion WordPress theme by Sayontan Sinha