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Prefeito cumprimenta mãe Tatá, ialorixá do Terreiro da Casa Branca

O Terreiro da Casa Branca, considerado o mais antigo do Brasil, vai ter sua área recuperada pela prefeitura de Salvador. Ontem, o prefeito Antonio Imbassahy assinou ordem de serviço para a realização de obras de urbanização e infra-estrutura no templo afro-religioso, localizado na Avenida Vasco da Gama. As intervenções incluem contenção de encosta, drenagem, recuperação de escadarias, colocação de passeios e meios-fios. Além disso, Imbassahy se comprometeu a revitalizar a praça do terreiro e instalar no local um novo gradil, que será criado pelo artista plástico Bel Borba.

“O Terreiro da Casa Branca é matriz da cultura negra não só da cidade de Salvador, mas de todo o Brasil. Aqui é um solo sagrado que merece toda nossa atenção”, justificou o prefeito, que foi recebido pela ialorixá da Casa Branca, mãe Tatá, e pelo antropólogo Ordep Serra, presidente da Sociedade Beneficente São Jorge do Engenho Velho da Federação. Para Imbassahy, o terreiro é “uma relíquia e tem muito o caráter do povo brasileiro da tolerância e da não-exclusão”. Ele concluiu lembrando que a cidade tem a obrigação de preservar a sua história.

Patrimônio – O antropólogo Ordep Serra, por sua vez, destacou que as condições atuais do terreiro, tombado como patrimônio histórico do Brasil, são bastante precárias. “Se não fosse essa intervenção da prefeitura, esse conjunto arquitetônico realmente iria correr sérios riscos”, garantiu, elogiando a iniciativa da administração municipal. “A decisão do prefeito foi muito feliz e oportuna e vai permitir que preservemos a Casa Branca, considerado tradicionalmente o mais antigo templo afro-brasileiro”.

Só no atual local, o Terreiro da Casa Branca tem mais de 200 anos. Antes disso, ele funcionava na região da Barroquinha, onde hoje está localizada a Igreja da Barroquinha. “Não temos como precisar a data em que ele foi criado, mas só para se ter uma idéia, terreiros tradicionais como o Gantois e o Ilê Axé Opô Afonjá foram criados a partir da Casa Branca. Ele é o templo matriz do rito nagô no Brasil”, explicou Ordep Serra. O templo da Casa Branca foi também o primeiro monumento negro a ser tombado como patrimônio histórico em toda a América.

A orientação do prefeito é que se utilize o mínimo possível de concreto nas obras de recuperação do templo afro. O objetivo é preservar o verde, já que o culto do candomblé está muito ligado à natureza. Mesmo nas obras de contenção de encosta será usado muito revestimento vegetal e a nova técnica de hidrossemeadura – apenas uma parte da intervenção será feita com blocos de concreto. A intervenção tem um custo estimado de R$260 mil – recursos do governo federal, previstos no Orçamento Geral da União (OGU) de 2001.

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