From Correio da Bahia
Patrimônio

O terreiro de candomblé Mãe Menininha do Gantois será tombado ao meio-dia de hoje pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com a presença do ministro da cultura, Francisco Weffort. O centro religioso será o terceiro terreiro de candomblé a ser tombado em Salvador. O Gantois segue o caminho da Casa Branca (Avenida Vasco da Gama), tombada há 16 anos, e do centro Ilê Axé Opô Afonjá (Cabula), tombado em 1999. Este último, inclusive, inaugurou ontem a IX Feira de Cultura Africana Afonjá, com o objetivo de promover a integração entre a comunidade e o candomblé, a religião dos orixás.

Cerca de 15 barracas estarão até domingo comercializando bebidas, comidas típicas (acarajé, abará, vatapá) e objetos artesanais. A feira é promovida pelos ogãs do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá e pretende preservar a memória da religião afrodescendente e trocar experiências com representantes de outros terreiros, baianos e turistas. O centro religioso, que já contabiliza 92 anos de história, é o maior terreiro do Brasil – 40 mil metros quadrados – e ocupa um trecho de mata atlântica já decretado pela prefeitura como Área de Preservação Ambiental (APA) há mais de dez anos.

A abertura da feira contou com a participação do bloco Filhos de Gandhy, da banda do Projeto Axé e do grupo Sembagota, que cantaram em homenagem a Mãe Stella de Oxóssi, ialorixá do terreiro. No domingo, é a vez da cantora Márcia Short se apresentar. Ontem, a feira foi visitada pelo prefeito Antonio Imbassahy e pelo presidente do Iphan, Carlos Heck.

“O trabalho que o Ilê Axé Opô Afonjá desenvolve na área da educação e religiosidade é fantástico. O terreiro preserva a origem, a identidade cultural e a auto-estima dos afrodescendentes. A feira é mais um instrumento que se incorpora a esse conjunto de ações”, disse Imbassahy. O prefeito destacou ainda que há planos de ampliar a estrutura física da Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos, que funciona através de uma parceria entre o terreiro e a prefeitura. A escola é a única em todo o Brasil a ensinar o dialeto iorubá.

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